O chocolate é doce, mas o preço é bem salgado. Cerca de 170 reais – 35 libras – por uma caixa de apenas 21 barrinhas do poderoso chocolate que promete maravilhas rejuvenescedoras.

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O produto está à venda na Harrods, a famosa e caríssima loja de departamentos de Londres, e também no website da empresa, e pode ser comprado online. Mas, por enquanto, não existe a possibilidade de entrega no Brasil.

Agora que o produto está nas ruas, vamos ver se os efeitos fisiológicos prometidos se cumprem. Depois do anúncio oficial do lançamento do produto, divulgado massivamente pela imprensa mundial, houve um certo silêncio e o site oficial da empresa Cambridge Beauty Chocolate continua sendo a única fonte de informação sobre o chocolate rejuvenescedor. Estamos aguardando notícias sobre o assunto.

Segue abaixo a tradução da matéria do jornal londrino The Telegraph, do dia 19 de fevereiro de 2015, sobre o assunto.

Chocolate anti-envelhecimento que reduz rugas foi desenvolvido pela Universidade de Cambridge

Uma barra de 7.5 gramas por dia do chocolate pode alterar as estruturas subcutâneas de uma pessoa com 50 anos para ter a aparência de 30, dizem os pesquisadores

Pode parecer bom demais para ser verdade, mas um chocolate ‘sem culpa’, que promete retardar a chegada das rugas e flacidez, foi desenvolvido por cientistas. ‘Esthechoc’ é a marca do chocolate, criado nos laboratórios da universidade de Cambridge, que afirma aumentar os níveis de antioxidantes na circulação para prevenir as rugas e garantir uma pele jovem e suave. Apenas uma barrinha de 7,5 gramas do chocolate anti-envelhecimento contém a mesma quantidade do antioxidante astaxantina que um filé de salmão do Alaska, e os mesmos níveis e antioxidantes dos polifenóis do cacau contidos em 100 gramas de chocolate amargo.

Seus fabricantes dizem que pode mudar a pele subjacente facial de uma pessoa de 50-60 anos de idade para a de alguém em seus 20 ou 30 anos. Os testes clínicos mostraram que, após quatro semanas de consumo do chocolate anti-envelhecimento todos os dias, os voluntários apresentaram menos evidências de inflamação no sangue e aumento da oferta de sangue para os tecidos cutâneos.

O criador do chocolate, Dr. Ivan Petyaev, ex-pesquisador da Universidade de Cambrigde, e fundador da empresa de biotecnologia Lycotec, disse: “Estamos utilizando o mesmo antioxidante para manter a cor dourada dos peixes dourados e a cor rosa dos flamingos”.

“Em ensaios clínicos vimos que a inflamação na pele começou a declinar e os tecidos começaram a se beneficiar disso. Participaram pessoas na faixa etária de 50 e 60 anos, e em termos de biomarcadores observamos que a pele voltou a uma aparência de 20 a 30 anos de idade. O que fizemos foi apenas melhorar a fisiologia da pele”.

“Pessoas que estão utilizando o chocolate afirma que sua pele está melhor e que podem observar que o produto está retardando o envelhecimento”. Como a barra do chocolate tem apenas 38 calorias, os seus fabricantes dizem que é segura para o uso de pessoas com diabetes.

No entanto, o ‘Esthechoc” não parece estar disponível em qualquer loja da esquina do Reino Unido. A indústria, que se chama ‘Cambridge Beauty Chocolate’ oferece o produto em caixas com 21 barrinhas individualmente embaladas, o suficiente para três semanas de consumo, e estará a venda no mercado britânico a partir do mês de Maio.

O preço provavelmente será robusto, embora os fabricantes não estivessem dispostos a revelar o custo antes de lançamento oficial no Food Summit Global Innovation, em Londres.

De acordo com a empresa, o público alvo do produto ‘mulheres elegantes, educadas e formadoras de opinião, na faixa dos 30 anos, e executivos que queiram conservar a boa aparência em seu mundo estressante, cheio de viagens de negócios’.

No entanto, os especialistas são cautelosos sobre o produto. Naveed Sattar, professor de Medicina Metabólica na Universidade de Glasgow (Escócia), disse que são necessários mais estudos e ensaios clínicos mais consistentes para validar as afirmações ‘ridiculamente fortes’ feitas pela empresa fabricante.

“Talvez haja razões biológicas para pensar que alguns dos componentes possam beneficiar alguns dos processos do envelhecimento e de doenças, mas por outro lado comer muito chocolate significa mais calorias, o que resulta em obesidade, assim o efeito final não está muito claro”.

Especialistas em nutrição da Universidade de Londres também alertam que estudos prévios mostraram que o astaxantina funcionou melhor quando aplicado diretamente na face, ao invés de ser ingerido. O nutricionista Dr. George Grimble, da universidade de Londres, disse: “Existe um potencial cientifico para isso tudo, ainda que seja cedo para afirmar. Acredito que são necessários mais estudos clínicos para demonstrar que o chocolate é seguro, mas já se sabe que o astaxantina tem efeitos antioxidantes e tem baixa toxicidade, assim sob esse aspecto, o produto parece ser promissor”.

“Usar o chocolate amargo é realmente inteligente. Como nutricionista, sou geralmente a favor do chocolate amargo. Acredito que eles estão no caminho certo em termos de ciência, mas é muito cedo para dizer quais serão os benefícios a longo prazo de consumo”.

“Na minha humilde opinião, seria necessário que a empresa publicasse seu estudo, ‘feito em casa’, em uma revista indexada para que os seus pares pudessem julgar a substancialidade das afirmações que fazem sobre o produto”.

Leia mais no site da empresa em português: Cambridge Beauty Chocolate

Nota da Redação: O ‘Esthechoc’ está à venda na loja de departamentos Harrods, em Londres, e no site da empresa, ao preço de 35 libras (175 reais) a caixa com 21 barrinhas.

Fonte:

The Telegraph