Já comentamos aqui no Blog que a pele pode-se influenciar por processos internos, psicológicos e emocionais, e que a dermatologia integrativa é a psiconeuroimunologia aplicada a dar atenção aos aspectos físico, mental e emocional do indivíduo, utilizando recursos complementares para reduzir o estresse e aumentar a eficiência dos tratamentos dermatológicos. “Com a prática da clínica geral somada a experiência na dermatologia, acredito que qualquer tratamento deve olhar para o indivíduo como um todo”, defende a Dra. Luciana Maluf. Hoje, sabemos que é impossível fragmentar o ser humano e cuidar só de seu corpo ou apenas de sua mente, porque, um aspecto depende do outro, um influencia o outro o tempo todo, e ambos compõem uma unidade.

Algumas doenças, como as infecções agudas, apresentam causas quase inteiramente físicas e podem ser tratadas exclusivamente num nível físico; no entanto, a maior parte das doenças apresenta causas psicológicas, e todas as doenças crônicas têm efeitos psicológicos. A doença física perturba as emoções e pode acarretar perturbações psicológicas, e os desequilíbrios psicológicos, por sua vez, têm conseqüências físicas: eles causam tensão ao coração e aos nervos, e enfraquecem o corpo físico.

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Estudos procuraram buscar explicações para esses fatos evidentes, pois sempre foi óbvio que as emoções se acompanham de processos fisiológicos: a alegria leva ao riso, o amor e o prazer conduzem à proximidade e ao contato físico carinhoso, a raiva tende a desencadear uma agressão, a tristeza produz encolhimento. É fácil perceber que cada emoção envolve um componente muscular. A primeira investigação científica sobre esse assunto foi feita em 1919, por Ishigami, que estudou pacientes de tuberculose crônica durante fases de atividade e inatividade da doença.

Em termos técnicos: observando a opsonização dos bacilos, verificou que a capacidade fagocitária diminuía durante episódios de tensão emocional. Concluiu que a tensão leva à imunodepressão e à conseqüente aumento da suscetibilidade aos bacilos.

Pelos trabalhos de Selye e seus seguidores ficou evidenciado que as agressões à integridade do ser, tanto somáticas quanto psíquicas, orgânicas ou emocionais, são, em essência, da mesma natureza e levam às mesmas alterações no funcionamento de todos os tecidos. Assim, o estresse, seja ele físico, ambiental ou psicológico, desencadeia uma série de reações hoje bem conhecidas: taquicardia, diminuição do tônus muscular e da temperatura do corpo, formação de úlceras gástricas e intestinais, hemoconcentração, anúria, edema, hipocloridria, leucopenia seguida de leucocitose, acidose, hiperglicemia transitória, diminuição da glicemia, aumento de adrenalina e do colesterol no sangue, diminuição do tempo de sangramento e aumento de plaquetas e fibrinogênio no sangue, aumento da tensão arterial, reação catabólica geral, aumento da uréia e do ácido úrico, aumento da secreção de ACTH e de corticosteróides, entre outras. Tudo isso se inicia por um comando do hipotálamo à hipófise, segue até as suprarenais, e essas liberam as substâncias que preparam o organismo para luta ou fuga.

 

Nas próximas semanas falaremos mais sobre esse assunto tão intrigante que é a mente humana e suas consequências físicas! Acompanhe os próximos artigos sobre o tema aqui no Mundo Dermato