Quando o cabelo está sem volume, opaco e sem vida, as pessoas trocam de xampus e condicionadores. No entanto, a grande culpada pode ser simplesmente uma dieta pobre de nutrientes. O problema, afinal, está um pouco mais ‘lá dentro’.

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Dietas com níveis de gordura muito baixos, por exemplo, acabam afetando a qualidade do cabelo, que pode se tornar muito fino, quebradiço e sem vida. “Ainda que exista uma quantidade limitada de ciência para sustentar esta afirmação, na prática clínica sabemos que comer proteínas e determinadas gorduras promove cabelos mais brilhantes”, explica a dermatologista Luciana Maluf, de São Paulo.

Se o consumo de proteínas é baixo, o cabelo acaba ficando seco e fino. Proteínas são as construtoras de queratina. Carne vermelha, peixe, feijões e soja vão preparar o corpo para a produção de queratina – uma proteína fibrosa presente no cabelo e nas unhas. Por outro lado, gorduras como Omega-3, encontradas no peixe, nas nozes e na linhaça ajudam a dar brilho ao cabelo.

“Ácidos graxos essenciais são realmente importantes – pessoas que estão em dietas realmente muito pobres em gorduras podem apresentar queda dos fios e cabelos quebradiços”, explica a Dra. Luciana Maluf.

Outros nutrientes também importantes para ter um cabelo saudável: vitamina D, zinco e ferro. O ferro ajuda as células vermelhas do sangue a levar oxigênio e nutrientes para os folículos capilares e o zinco trabalha como uma co-enzima, ajudando a criar a estrutura do cabelo. Sobre os efeitos da vitamina D sabe-se menos, mas especialista suspeitam que ela ajuda no ciclo de crescimento dos fios de cabelo.

Muita gente consome suplementos de biotina para melhorar a saúde do cabelo, mas não há evidências claras de que uma dose extra de vitamina B (biotina) faça a mágica do cabelo brilhante. É sabido que pessoas com deficiência de vitamina B, o que é raro, frequentemente perdem cabelo, mas é difícil dizer que suplementos de biotina possam ajudar. Algumas pessoas juram que sim, outras não notaram diferença.

Comer a doses diárias recomendadas de peixe, carne vermelha e laticínios deve prover o aporte necessário de vitamina B para manter um cabelo saudável.

Estresse ou dietas pobres podem causar quebra e afinamento dos fios, mas quando as pessoas notam uma mudança em seus cabelos, o certo seria fazer uma visita ao médico dermatologista. Cabelos finos e quebradiços podem indicar anemia, deficiências das vitaminas D ou B, baixos níveis de zinco, ou sintomas de uma ou várias desordens sérias de saúde como problemas de funcionamento da tireoide, desordens no trato gastro-intestinal como doença de Crohn ou doença celíaca, quando o paciente não absorve ingredientes nutricionais apropriadamente.

Enquanto alguns alimentos fazem o cabelo forte e bonito, comer demais outros pode fazer o cabelo quebradiço e fino.

Aqui está o que é preciso observar na sua alimentação:

Vitamina A

Ela ajuda a fortalecer o sistema imunológico e a visão, mas a superdosagem de vitamina A provoca perda de cabelo e pode ser tóxico para os folículos capilares.

Os dois tipos de vitamina A são encontrados naturalmente em produtos animais ricos em retinóicos ou em produtos vegetais ricos em beta caroteno, como as cenouras.

“Claro que seria necessário comer um milhão de cenouras para danificar o cabelo de uma pessoa”, diz a dra. Luciana Maluf. No entanto, aqueles que constantemente usam suplementos de vitaminas podem estar ingerindo muita vitamina A, causando afinamento do cabelo.

“A vitamina A atua nas glândulas sebáceas, encolhendo-as. Dessa forma a glândula não produzirá a oleosidade necessária para cobrir os fios e faze-los fortes, saudáveis e brilhantes”, explica a dra. Luciana.

Peixe

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Sim, peixes gordos como o salmão e o atum contém ácidos graxos ômega-3, que dão brilho ao cabelo. No entanto, atum e peixe espada contém também traços de mercúrio, assim o consumo excessivo desses peixes pode prejudicar o cabelo, pois o mercúrio provoca a queda dos fios.

Especialistas acreditam que o mercúrio perturbe o desenvolvimento de proteínas e interfira com o zinco, obstruindo o processo de crescimento do cabelo.

“As pessoas pensam que se o peixe é cozido não tem problema, que estariam protegidos dos efeitos do mercúrio, mas isso não é verdade”, explica a dra. Luciana Maluf. “Também não há uma orientação clara sobre quando os níveis de mercúrio no organismo tornam-se tóxicos. Mas, desde que não haja gravidez, é provavelmente seguro comer uma latinha de atum, duas ou três vezes por semana, segundo o FDA nos Estados Unidos”.

 

Açúcar e sucos detox

Ainda que não existam pesquisas suficientes que conectem o consumo excessivo de açúcar com perda de cabelo, especialistas sabem que o açúcar promove inflamação. Quando se come açúcar ou outros carboidratos, o açúcar “inunda” o sangue, provocando picos de insulina e de andrógenos, que se ligam aos folículos pilosos, causando a queda do cabelo.

Mas comer compulsivamente aquela caixa de bombons presenteada pelo namorado não vai levar à perda de cabelo. Isso acontece normalmente em pessoas que cronicamente tem altos níveis de insulina.cupcake

“Quando a inflamação é constante, devido a dietas de alto nível glicêmico e açúcar, isso mexe com o sistema imunológico e esta é a razão pela qual essas dietas vem ao cenário da queda de cabelo”, explica a dra. Luciana Maluf.

A dra. Luciana diz que às vezes vê maus efeitos de curto prazo relacionados ao consumo de muito açúcar, quando seus pacientes tentam dietas radicais ou de desintoxicação/limpeza – detox.

Sucos detox são o clássico exemplo de não ter um aporte necessário de proteínas na alimentação. Quem faz isso está literalmente tomando somente ‘açúcar’ – só carboidratos, nada de proteína. E você pode ver a diferença no cabelo “Eles são ótimos, mas há necessidade de um acompanhamento do nutricionista ou endocrinologista para um equilíbrio correto na dieta”, diz a doutora.

 

O que há de novo em tratamento de cabelos

Queda de cabelo abundante e constante merece a atenção do médico dermatologista, pois, além da má dieta, outros problemas de saúde podem estar envolvidos. Nos últimos dez anos, excelentes recursos de tratamento capilar foram desenvolvidos para ajudar a amenizar ou mesmo sanar o problema.

Depois de passar pelo exame clínico dermatológico, que envolve o uso de equipamentos especiais (lupa e dermatoscópio) de análise e de fazer os testes laboratoriais necessários, há algumas opções de tratamento, que podem ser:

Lasers fracionados não ablativos e luzes:

Aplicados em baixa intensidade e frequência, estimulam o crescimento e aumentam a absorção de substâncias que melhoram a performance dos cabelos.

Medicação:

Algumas substâncias de uso tópico ajudam a estimular o crescimento e a densidade dos cabelos, como é o caso do Minoxidil, da Finasterida, da Biotina, do D-Pantenol, entre outras. O medicamento deve ser aplicado diariamente, como tratamento e manutenção dos procedimentos feitos no consultório.

Mesoterapia capilar:

São injeções intra-dérmicas de substâncias que agem nos componentes do folículo piloso, melhorando a performance geral do desenvolvimento do cabelo, além de impulsionar o tratamento tópico feito em casa.

Medicação e Cosmecêuticos:

Diversos compostos e nutrientes podem atuar na unidade folicular, como a finasterida, o selênio, a biotina, o zinco, o exynutriment, as vitaminas, entre outros. Essas substâncias, prontas ou formuladas, atuam de diversas formas, estimulando o crescimento do cabelo, fortalecendo a queratina e aumentando a densidade dos fios. Vale lembrar também q a escolha adequada de bons produtos como shampoos, condicionadores e máscaras capilares, são de extrema importância para a manutenção, fortificação, saúde e beleza dos cabelos.

Fonte: www.lucianamaluf.com.br